A Ordem do Templo [na Estremadura central]

Por documentação indireta, conhecemos duas herdades. Uma delas confronta com outra de Alcobaça, em lugar indeterminado do termo [1]. Ela é anterior a 1182 Junho, data do documento alcobaciano. Outra confronta a sul com a que o cavaleiro de Leiria João Saído escamba com Alcobaça, em Alpeitede [2], em 1262 Novembro [3]. Esta é a única localização conhecida: uma propriedade nas ricas planícies aluviais do rio Lena, junto à Batalha. A localização da herdade doada em 1278 por D. João Soares Coelho é também desconhecida [4], mas nada impede que a coloquemos em Ulmar [5] ou em Cortes [6], a norte da vila, junto às que, como foi referido acima, a sua filha doou a Alcobaça [7]. Igualmente não encontrámos a localização de uma outra herdade dos Templários, no lugar do chamado Cabeço do Freire [8], a cujos colonos se passa uma segunda carta de povoação, em 1301 Maio 15, por terem perdido a primeira de 1264 Junho 14 [9].


[1] CR, Alc., m. 1, n.º 24.
[2] No atual concelho da Batalha. Vide Pedro Gomes Barbosa, Coz maior et minor.
[3] CR, Alc., m. 10, nº 33.
[4] Livro de Mestrados, fol. 43v, col. 1.
[5] Eu frei Martinho, [...] por mandado do mui nobre senhor D. Dinis, pela Graça de Deus rei de Portugal, dou a vós, Gil e Pelágio e a vós Tauro e a Domingos Vicente e a vossos companheiros, o paul do reguengo de Ulmar de Leirena [...], durante dez anos e vós deveis arrotear o dito paul nos primeiros três anos e deveis dar em cada um dos ditos dez anos, a nosso senhor El-Rei, o quarto de todos os frutos que aí colheres. [Mosteiro de Alcobaça, carta de 6 de junho de 1291]
[6] A povoação das Cortes é uma das povoações mais antigas do termo de Leiria, a ela se referindo numerosa documentação medieval. As primeiras referências documentais, até hoje conhecidas, surgem por volta de 1250 num pergaminho em que os templários (de Tomar) registaram as suas propriedades existentes no termo de Leiria. [aqui]
[7] CR, Alc., m. 21, n.º 34, e OSB, Mosteiro de Alcobaça, m. 3, n.º 115 (2).
[8] Livro de Mestrados, fol. 91v, col. 2, e 92, cols. 1 e 2.
[9] Pedro Gomes Barbosa, José Manuel Varandas e António Vicente, Propriedades das Ordens Militares na Estremadura Central (sécs. XII e XIII), comunicação apresentada ao I encontro sobre Ordens Militares, realizado em Palmela, de 3 a 5 de março de 1989.

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