Vilar Formoso [Almeida, Guarda]


            A norte da povoação de Vilar Formoso fica o sítio chamado Tegril que, tudo o indica, parece ser um genitivo de origem germânica, Trasigildus, aludindo a uma villa Trasigildi, muito provavelmente, do século IX ou X, existente na margem da ribeira de Tourões, pelo que o seu povoamento pode ter tido o princípio nessa villa ou numa fracção dela, o velho villar que, despovoado, veio a repovoar-se no século XII a partir de Castelo Bom. É provável que a primitiva localização da atual povoação tivesse sido nas imediações da capela da Senhora da Paz, pois aí foram encontrados abundantes vestígios de construções [1].
A organização paroquial da freguesia é seguramente anterior ao século XIII, uma vez que a [sua] igreja é já citada e taxada, em 15 libras, no arrolamento de 1320.


A igreja matriz [2] e a capela de Nossa Senhora da Paz [3] são obra dos Cavaleiros Templários e, posteriormente, [foram] pertença da Ordem de Cristo.


[1] Alicerces de casas, soleiras, azulejos e tijolos de pavimento, etc. [vide nota seguinte]. Sinal de um povoamento local antiquíssimo são as sepulturas incrustadas na rocha.
[2] A planta da igreja é de uma só nave, com a abside, lugar do altar de menor dimensão, separada por um singelo arco de meio ponto. Na planta da nave rectangular tem quatro arcos de meio ponto apoiados sobre pilares que sustentam o tecto apoiado sobre vigamento de madeira [...] O portado da frontaria com um conjunto de lóbulos e o remate junto ao solo fala-nos de estilos posteriores. O dintel da porta exterior da porta exterior da torre, exterior ao corpo da igreja, à planta inicial, fala-nos da época posterior na qual impera o barroco [...] Este artesanato tem uma armadura mudéjar, que é decoração da combinação da arte cristã e da ornamentação muçulmana [...] Uma abundância de flores embleza todos e cada um dos espaços do sacrário em cuja porta reluz o Senhor Ressuscitado. [A.A.F. Gonçalves, Vilar Formoso, vila raiana]
[3] A Capela é de traça talvez românica. O Românico chegou a terras portuguesas no final do Séc. XI. É um estilo de carácter monástico, pois foi importado e difundido por ordens religiosas.
Tem como particularidades as grossas paredes, estrutura simples e robusta e uma sóbria decoração.
Capela antiga, cueva matriz e da fundação dos Templários, dedicada à Nossa Senhora da Paz. É muito provável que as ruinas encontradas junto à capela, pertençam a um convento da Ordem. [Idem]

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